Vi algo que tocou meu afeto
Algo inesperado singelo e belo
Mas não tinha papel ou teclas
Que pudesse expressar o que sentia
Estava no ônibus saculejando em pé
Então passei a viagem imaginando
Como escreveria, em prosa ou verso
Imaginei o título e as palavras
Que eu ia dispor no escrito
Desci anciosa do coletivo
E fui apresada ignorando os conhecidos
Cheguei em casa e sentei no computador
Mas as palavras não fluiam
Problemas, afazeres, trabalhos e entes
Disputavam minha mente
Foi uma disputa desigual
E logo desliguei o PC
Mas a poesia está aqui em mim
Aquele sentido ainda está aqui
Suplicando para sair, pra nascer
Mas toda vez que pego o papel
As palavras fogem, mas estão aqui
Coração, mente e memória
Não posso deixá-la partir
Sem ao menos existir fora de mim
Ela não pode morrer
Pois será uma parte de meus sentidos
e de mim
Que secará.
“O último antes de amanhã” (31/12/2018)
-
Eu só queria agradecer
Porque a dor não vai costurar
Porque a alegria vai permanecer
Porque seria um esforço explicar
Há tanta coisa que não cabe na palavra...
Há 5 anos