quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Deriva

Num mar de possibilidades
Encontro-me à deriva.
Sem vento sul,
Nem vento norte.
Remo em direção
Da intuição.
Margeio o nada
e chego ao mesmo ponto.
Sem ventos
Num mar de possibilidades
Remo.
E o combustível,
A esperança de terra firme.
Olho ao horizonte infinito
Esférico imenso.
Talvez a solução seria
Mergulhar nessa imensidão.
Mas que ironia do destino,
Não sei nadar...

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Ai, que ai!

Ai que droga!
Ai que ai.
Dor que insiste
Sem ser dor.
É uma goteira
Ininterrupta,
Gotejando um temor.
Ai que horror
O terror que dá
Já nesta idade
A dita ansiedade.
Ai que ai
A dita cuja inda vem
Com suas travas
Trava sonhos
Trava passos
Trava vida.
Ai que ai,
Donde vem tantas,
Essas ânsias? 
Sabe uma coisa?!
Pausa...
Respira
Pausa...
Respira.
E ficas onde estas,
Sem adiante
Muito longe.
É o que tem
Sem mais.
O que será é o que é.

domingo, 4 de maio de 2014

Passando por aqui

Desviei meu caminho
Lembrei deste lugar
Passei por aqui
Foram tantas idas e vindas
Tantos sentimentos desmedidos
Cá estou vendo
Tanto de mim
De mim que era seu
Um mim que era dos outros
Mas que só eu sabia.
Tanta dor, tanta fuga
Quase nenhuma ponte
Um monólogo de mim para mim.
Muita verdade com muita precaução
Quanta inquietude, quanta introspecção.
Passando por aqui
Vi quanto tempo não versava
Vi uma parte de mim que adormeceu
Mas outras que floriram
Por aqui
Fragmentos de mim.