Uma vez me quis pensar o mundo
Os livros me dariam a resposta
Seriam a chave de libertação
E,a buscar o real, me lancei sedenta.
Nada me parecia tão urgente
Busquei os meios de seguir quem eu lia
E, sem perceber, aos poucos me moldei
Conheci vários ares, novas perguntas
Novos comportamentos, e estilos.
Tudo isso a leves doses
Mas quando fazia o caminho de volta pra casa
O que era certo, se ofuscava frente as realidades
que todo dia encontrava
E que sedimentava o que eu lia de dia.
Pois o que realmente estava acontecendo
É que me tornava aquilo que fugia ser.
Uma grande ignorante!
Ignorava que teóricos observam o real
Que ignoram matéria como fonte.
Não há como pensar o mundo
Frequentando apenas seletos espaços
Ignorando o que os jovens criam,
Seja música, modas ou modos.
Não adianta cuspir no pop.
Nem mesmo no "populesco"
E engrandecer só o "Popular do Brasil".
Toda matéria é digna de análise
Toda visão é digna de reflexão
A maioria dos livros que lia ignoravam
O real que propunham conhecer
Mas diziam resolver os males da ignorância.
Ser "cult" não te faz o cérebro do mundo.
Ao me incomodar com isso indaguei-me
Esse era o pensador que queria ser?