Fitava a luz com tamanha angústia
A fim de sair de um estado de escuridão
Que não percebia nada ao meu redor
Não que não quisesse, ah como eu queria
Esse era o que me motivava a buscar iluminação
Mas também não via o que havia nela
E paradoxalmente, ela só tornava mais escuro
Todas as coisas que me rodeavam
Porque teimava em olhar em sua direção
Então um dia fui tomada pela escuridão que fugia
E não conseguia mais fitar a luz que eu seguia
Abri os olhos e o breu tomava conta
Esfregava os olhos a fim de que enxergasse algo
Mas a cada piscar só a sombra daquela luz
Aparecia em minhas vistas como fantasma
E exausta me pus sobre o solo
Vencida e resignada não quis mais abrir os olhos
E nesse momento sons jamais percebidos
Passaram a ser conhecidos por meus ouvidos
Foi quando apreensiva abri os olhos
De costas para a luz, aos poucos passei a ver
Formas jamais vistas antes de minha busca incessante
O breu foi aos pouco se revelando
E a luz que tanto buscava refletia nas coisas
Que a penumbra seus contornos ressaltavam
Impressionada e um tanto deslumbrada
Fui me distanciando daquela forte luz
Foi quando me deparei emocionada
Com a mais bela visão que me tomava
Lá estavam elas... cintilantes cravejavam o breu
Foi a primeira vez que vi estrelas. Então sorri.
“O último antes de amanhã” (31/12/2018)
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Eu só queria agradecer
Porque a dor não vai costurar
Porque a alegria vai permanecer
Porque seria um esforço explicar
Há tanta coisa que não cabe na palavra...
Há 5 anos